domingo, 5 de setembro de 2010

FOTOGRAFIA DA MEMÓRIA


FOTOGRAFIA DA MEMÓRIA

No grande espaço delimitado construiu-se a casa. Ergueu-se o templo onde belas relações seriam partilhadas... coincidências de almas.
As paredes, sólidas e imponentes, abrigavam histórias. Suas cores e texturas rústicas compunham cenários inusitados: pinturas e fotografias divertidamente distribuídas em efeitos visuais impactantes.
Janelas, eram muitas... daquelas de guilhotina. Abertura de dois lados; madeira pesada; trinco de ferro.
Os portais, pareciam gigantes imóveis, próprios de brincadeiras, escaladas, aventuras lá no alto : infâncias...
Os cômodos, em sua maioria, comunicavam com a sala principal. Desembocavam como rios trazendo seus navegantes para o encontro, a conversa, os casos.
Quartos amplos, pé-direito nas alturas: permissão para adormecer, pois o ar circulava fresquinho, tranquilizador.
A cozinha, era de mineiro mesmo; nela, as reuniões eram sempre animadas, regadas a farturas. Mesa extensa com longos bancos, onde amigos brindavam a próxima fornada, enquanto a lenha estalava como que comemorando aqueles momentos.
Dali, a escada levava ao quintal onde bichos e plantas conviviam harmonicamente. Da rede pendurada na majestosa árvore, eu observava apaixonadamente aquela casa: linda, quando se vestia para o Natal.
E a mãe, por ali, ainda hoje passeia em minha memória, beija o pai e me abençoa.


Ludimila Beviláqua Fernandes Terra

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